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Lua Cheia de Libra - Por Malvin Artley 28
de setembro de 2004 |
Meus
amigos, meus cumprimentos!
A primavera brota em todos os lugares desta Terra Vermelha, o tempo está começando a ficar resplandecente, a seiva está surgindo nas plantas e em tudo que é vivo (a força da vida – NT), e os pensamentos dos homens jovens estão começando a… bem, a se dirigirem para outras coisas mais do que para trabalho. Eu estava hoje em uma pequena loja na parte de trás de uma casa, consertando uma máquina de moer para o aniversário de um homem do Sri Lanka. A floração do pé de laranja do seu quintal estava com um perfume doce que envolvia tudo, passarinhos cantavam uns para os outros enquanto ciscavam procurando comida no chão. O jovem da loja estava totalmente envolvido na sua tarefa, e eu podia sentir o cheiro do curry que saia da cozinha dele. É inacreditável o que podemos ver nos fundos da casa de alguém. Quando passamos na rua e vemos as casas umas ao lado das outras, nunca podemos imaginar que algumas delas têm lojas na parte de trás, completamente equipadas com máquinas que facilitam muito a vida das pessoas. Eu gosto desse tipo de pequenos trabalhos, como acontece com muita gente, para quebrar a rotina das grande lojas de manufaturados, mas mesmo assim, estando ali, eu me perguntava: “O que é que eu estou fazendo aqui? Em um dia tão lindo, eu poderia estar remando com alguém em um barquinho, ou estar em alguma colina apreciando a criação, e escutando a natureza falando sobre magia.” Mas eu pensei: o homem precisa de sua máquina para hoje, e o dever me chama. Mesmo assim, durante todo o dia, fiquei pensando sobre as escolhas que eu tinha feito em minha vida e que tinham me conduzido até aquele momento no tempo. Eu também me perguntava para onde os resultados das minhas escolhas me levariam no futuro, mesmo um futuro de apenas um ano à frente.
Os
períodos de equinócio são períodos de equilíbrio e de intervalo, onde
novos projetos são implementados e as questões sobre a direção na vida
são refletidas. Nesse período de Libra, toda a idéia de escolha fica
fortemente ativada, pois são nossas escolhas que determinam o curso de
nossas vidas e o caminho que nos conduz aos encontros com os outros, assim
inaugurando e sustentando todos os nossos relacionamentos. O período da
Lua Cheia este ano será especialmente carregado com relação à
escolhas, e as razões para isso veremos a seguir, pois essas escolhas darão
o tom do primeiro grande quintil, como falei na minha última carta. Libra
também é um festival particularmente humano, porque o reino humano é o
único da natureza que tem que lidar direta e seriamente com o fator da
escolha. Nenhum dos reinos inferiores têm a mente concreta
(raciocinadora) desenvolvida ou mesmo existente, e nos reinos acima do
nosso, a mente inferior não é um fator em evolução, pois a mente
concreta já foi transcendida e é usada apenas como um depósito de
informações. Mas, como humanidade, temos que viver com o legado de
nossas escolhas, e no início, ao escolher, desenvolvemos as nossas mentes
até que aprendemos a transcendê-la pelo despertar da intuição. Pode
ser dito que nossa habilidade para escolher tanto é um dos nossos maiores
dons ou presentes como é uma maldição. A mente tanto pode ser uma porta
para que se mate o real (com relação à realidade espiritual), e ao
mesmo tempo, por mais que não nos demos conta, é através da mente que
nos tornamos os agentes para a realização do amor de Deus em nosso
pequeno globo. A mente, por fim, nos levará aos pés do verdadeiro amor.
Preciso
relembrar algumas informações sobre os Grandes Quintis nesta carta, mas
antes temos que dar uma olhada em alguns dos trabalhos de Libra. A maioria
das pessoas que conhecem um pouco de astrologia sabe que Vênus rege Libra
(talvez a melhor maneira de dizer “regente” seja dizer “transmissor
da energia de”, esta expressão seria mais correta) e que Vênus tem
tudo a ver com relacionamentos e equilíbrio, embora esse seja o lado mais
mundano de Libra. Como já foi dito em outra carta, cada signo tem três
regentes. Com relação a Libra, o regente esotérico é Urano e o Hierárquico
é Saturno. É através da compreensão da interação desses três
planetas que podemos compreender a verdade de Libra, o que ele representa,
e quais são os verdadeiros impulsos originais que conduziram ao que se
conhece mundanamente como Libra. Em última análise, Libra é tudo que
tem a ver com escolha equilibrada e consciente (o que não tem nada a ver
com razão), e por causa disso, está relacionada a como manifestamos o
amor de Deus a cada momento de nossas vidas, de acordo com o que é
percebido por esse grande órgão da “razão pura” – o coração
—, e sobre como nós nos relacionamos uns com os outros e com o resto do
mundo, como postos avançados da Vontade de Deus. Isso pode parecer um
pouco confuso, mas espero que o significado do que estamos falando vá
ficando mais claro durante o desenvolvimento da nossa reflexão.
Sabe-se
que a coisa mais espetacular que é dito sobre Libra é que ele não tem
nenhum ponto espetacular que esteja enfatizado. Isso se deve ao fato de
Libra, supostamente, representar o ponto de equilíbrio (repouso) antes da
ação. Dentro do Zodíaco, é um ponto meditativo distinto. Todos os
estudantes de ocultismo sabem do valor dos intervalos no ciclo meditativo,
pois é neles que os insights do Eu Superior podem ser mais facilmente acessados. Em
cartas anteriores, foi destacado o fato de que Vênus une os três tipos
de mente, e é nesses intervalos de meditação que essas três mentes
entram no melhor alinhamento. Nesses momentos, acontece uma sintonização
(at-one-ment – “com uma só
mente”) entre a Alma e a persona,
e isso permite que a Luz dos mundos superiores penetre nos mundos
inferiores. A Luz de Libra é chamada de “A Luz que se movimenta para
repousar”, e pode-se dizer que as pessoas que nascem nesse signo, ou que
o têm como ascendente, em algum ponto de sua evolução aprendem a técnica
da fusão das três mentes, através das técnicas da meditação
ocultista, embora isso só aconteça nos períodos finais do caminho
espiritual, no estágio em que o treinamento individual entre o estudante
e o Instrutor é conquistado. Vamos encarar isso de frente, observar alguém
meditar não é o que as pessoas normalmente chamariam de “ênfase
espetacular”, mas para quem é capaz de ver os movimentos de energia
naquele que está meditando, a Luz que é vista é algo fantástico.
Para
o observador casual, a maioria dos librianos parece viver suas vidas sem
muito entusiasmo com relação às coisas. Alguns os chamaram de “imagem
de graça e bom gosto”, mas as pessoas familiarizadas com librianos
geralmente conhecem mais do que isso. A melhor coisa que pode ser dita
sobre o tipo de Libra é que é “uma vida onde não é escutada nenhuma
nota estridente” e onde o caminho do meio é caminhado. Mas isso contém
uma das facetas mais interessantes da evolução de Libra. Como foi
afirmado, Vênus é o regente ortodoxo deste signo, o regente das circunstâncias
externas do tipo de Libra — o regente dos planos das expressões
externas. Isso faz com que o libriano clássico seja: afetuoso, bonito,
companheiro, diplomático, apreciador de relacionamentos —
principalmente os relacionamentos românticos —, ame a moda e as artes,
tenha horror a discussões e a argumentações, tenha um elevado senso estético
e desejo de simetria em todas as coisas. Mas Libra, como todos os signos,
tem seu lado escuro, e por isso ele rege litígios e assuntos de guerra
— o que é provocado quando o que foi dito acima não se realiza de
acordo com o que foi planejado, como todo mundo que passa por um divórcio
litigioso pode contar. É esse lado mais escuro de Libra que, na maioria
dos casos, conduz o tipo libriano à “reversão da roda”, porque a
“ferroada” que conduz à vida espiritual só acontece como resultado
de algum tipo de luta, e para os librianos, relacionamentos são o
principal campo de batalha. Quando se inicia conscientemente o caminho
espiritual, tudo muda, e não há mais volta. Todas as regras antigas —
regências — são lançadas pela janela, e um novo ritmo se inicia na
vida da pessoa.
Quase
todos os signos do Zodíaco têm essa dicotomia de regência com relação
à vida interna e externa de cada signo. Podemos dizer que existe dois
tipos de energia em cada signo — uma é exemplificada pelo regente
ortodoxo e a outra pelo regente esotérico. Identificamos essas
duplicidades através de seus regentes, por exemplo: existem os tipos
arianos marcianos e os arianos mercurianos. Os tipos arianos marcianos são
os tradicionalmente egoístas, cabeça dura e pioneiros, enquanto que os
tipos mercurianos são enfocados na mente e altamente intelectuais; são
mais enfocados no grupo do que autoenfocados. Da mesma maneira, com relação
a Libra, temos os librianos venusianos e os uranianos. A diferença entre
os dois é imediatamente aparente para aqueles que conhecem seus planetas
regentes, mas a forma como esses planetas afetam a pessoa também pode ser
alguma coisa bem dramática. Para o libriano venusiano tradicional, todas
as correspondências acima são aplicadas, mas, por assim dizer, o
libriano uraniano é um tipo de peixe de um cardume diferente.
Quando
Libra atua através de Urano, oferece tudo menos uma vida fácil e
descansada. O tipo libriano nascido sob a influência de Urano
dificilmente tem descanso (nunca está parado por dentro), pois é
constantemente testado e levado repetidas vezes a reorientações na vida.
Está sempre tendo que mudar sua atitude com relação às coisas, e para
ele, as escolhas geralmente são forçadas (impostas sobre eles) —
geralmente as escolhas são entre coisas extremas e estão sempre se
reajustando com relação a confortos universais mais do que a pessoais.
As crises fazem parte da vida do libriano, e o teste é encontrar o ponto
de equilíbrio e de calma no meio da tempestade. A criança uraniana de
Libra geralmente encontra-se em extremos, de um forma ou de outra, e até
encontrarem o equilíbrio, estão sujeitas a acidentes e são cheias das
surpresas mais surpreendentes. Têm interesse em todo tipo de busca mental
— especialmente científicas —, e podem ser tudo menos ortodoxas na
forma como fazem suas coisas. Existe sempre uma centelha de coisas
inusitadas aos olhos dessas crianças que são geralmente muito
inventivas, e também podem ser voluntariosas quando botam alguma coisa na
cabeça — mas, geralmente, da forma mais elegante. Eles são ótimos com
relação a uma resistência passiva, a não ser que Urano se oponha ao
seu Sol ou ascendente. Eletricidade também pode exercer um grande fascínio
sobre eles, tanto quando aeronáutica. Mas a regência de Vênus ainda
exerce influência sobre eles na expressão externa, especialmente na infância
e no início da idade adulta. O que temos na combinação desses dois
regentes é a mais verdadeira expressão de como Libra é descrito alguma
vezes como sendo “uma mão de ferro com luva de pelica”. Eu deixo para
minha família de nascimento decidir qual o tipo que eu sou (Malvin é
libriano – NT).
Urano
provoca várias coisas na psique do libriano de qualquer tipo. Algumas
dessas coisas já foram ditas no parágrafo anterior, mas a reiteração
sempre cimenta firmemente na mente os novos conceitos. Urano é o planeta
que dá urgência por melhores condições, e por isso é chamado de “o
planeta do novo”. Ele sempre impõe uma nova ordem nas coisas e
estabelece um novo ritmo em qualquer área da vida em que esteja operando.
Para dizer o mínimo, ter toda a vida psíquica dominada por Urano pode
ser uma coisa tremendamente desestabelecedora. Quando Urano rege,
acabam-se os dias em que as coisas aconteciam de acordo com o planejado,
em que a constância podia ser atingida e o conforto era a força
controladora da vida. Ao invés disso, novos ritmos e uma nova ordem
requerem que novas escolhas sejam feitas, mas geralmente tais escolhas não
podem ser feitas exclusivamente pela força da razão; têm que ser feitas
'”no susto”, sem nenhum tempo para reflexão, e na hora que elas se
apresentam. A reflexão e o estabelecimento de uma nova ordem só
acontecem depois que a poeira baixa. Tais tipos de decisão exigem algo
extra do libriano uraniano — a qualidade da escolha consciente, que
acontece em um instante, sem nenhum raciocínio prévio ou palavras
intencionadas.
Uma
escolha consciente é uma escolha da Alma e está acima do pensamento, e
isso só pode acontecer quando a conexão com o Eu Superior está
firmemente estabelecida com clareza e regularidade, ou então em momentos
do mais intenso enfoque. Nada melhor para enfocar uma pessoa do que uma
boa crise, como já foi afirmado em cartas anteriores. Urano traz essas
crises para forçar a abertura do canal e a conexão com o Eu Superior. Na
hora que o canal está funcionando, as crises se tornam menos freqüentes,
pois tal intensidade não é mais necessária. Talvez uma outra maneira de
dizer isso seja: “nada nos coloca mais perto de Deus do que uma catástrofe”.
Mas, como faz parte da natureza divina atuar de maneira rítmica e
constante, vemos as coisas como catástrofes porque não temos o nosso
tempo sincronizado com elas. Na vida da pessoa que está no caminho, o
pessoal deve sempre passar para segundo lugar, para o que é mais
universal e para uma necessidade planetária maior. Nos estágios
iniciais, os tipos de Libra precisam ser sacudidos para poderem sair de
sua zona de conforto e, como resultado disso, aprenderem a ver o mundo que
existe fora deles. A vida espiritual é algo de constante mudança e de
movimento adiante; a vida oferecida em sacrifício para atender a uma
necessidade maior e todas as exigências decorrentes disso exige a
habilidade para ser capaz de perceber a essência da situação e para
atuar de acordo com essa percepção, apesar de opiniões e de sentimentos
pessoais. Esse é um tipo de coisa que geralmente não está associada com
Libra na astrologia ortodoxa, embora Vênus sempre esteja associado ao
amor universal.
Vênus
e Urano em concerto formam uma combinação única de energia. É um tipo
de força bem linha dura e o efeito dela na vida de uma pessoa, mesmo em
termos astrológicos ortodoxos, produzem austeridade emocional, independência
de espírito, forte aderência a ideais de amor e direcionados a
universalidade de interesse e desapego. Uma vida cheia de mudanças
incessantes conduz por fim ou à habilidade para viver com muita sabedoria
(destreza) ou a uma vida de eremita, retirado da confusão da vida
mundana. O último caminho não é o mais desejável para a demanda do
mundo de hoje, a não ser que se passe todo o tempo nos planos internos e
se trabalhe desde esse ponto. Para o libriano, a vida entre as pessoas é
a norma e as mudanças provocada pelas interações dentro dos
relacionamentos — especialmente os relacionamentos íntimos — oferecem
um terreno fértil para os que têm que aprender a atitude do observador
desapegado e a do "trabalhador no ponto de silêncio e equilíbrio”.
Já
demos uma olhada na relação entre Vênus, Urano e Saturno e nas suas
ligações com o plano mental. Em Libra, temos todos esses três planetas
como regentes, e por isso vemos a grande importância da experiência de
Libra e do intervalo na vida da humanidade. Libra é um signo de ar, o que
o coloca firmemente na quadruplicidade astrológica mental. Todos os
signos conferem algum aspecto à mente, mas em Libra, vemos isso
demonstrado integralmente e na medida mais precisa. Libra é a pedra
fundamental para a intuição (consciência do plano búdico) e nos mostra
o caminho que conduz até lá. É neste signo que é mostrado mais
eficazmente como a meditação atua na vida, ou como deveria atuar. É o
signo onde começamos a ter uma resposta construtiva ao reagir e ao lidar
com as crises da vida humana. Que Libra não tem nenhuma ênfase
espetacular, é verdade, mas essa afirmação se refere apenas ao mundo
externo. Nos planos internos, a experiência de Libra é de grande importância,
pois mostra a medida do pensamento de cada um e o peso da sua expressão
externa, tanto com relação ao material como ao espiritual. É por isso
que em Libra temos o simbolismo dos pratos da balança. Na experiência de
Libra, a vida da pessoa está pendurada no fiel da balança, e a vida do
espirito humano é sempre medida pela conexão existente entre as três
mentes, pela qualidade do campo (corpo) de energia causal, e pela
habilidade de usar tudo isso no serviço. Vênus, Saturno e Urano são
instrumentais em todas essas áreas.
Quando
Libra se expressa através de Urano, também produz um dos mais poderosos
manifestadores do Zodíaco. Essas não são palavras minhas e sim fatos
ocultos. Urano dá o impulso para a criação do novo. Vênus é o
condutor através do qual as energias de Urano podem fluir. Saturno provê
as condições onde as novas energias uranianas podem se expressar. Ele
também atua em outra direção, pois Saturno define as necessidades kármicas
que confirmam que é preciso introduzir um novo ritmo e estrutura na vida.
Vênus provê as conexões com as pessoas e com o Eu Superior, até que
isso seja um fato estabelecido, então Urano usa a conexão que está
pronta e provê o impulso energético necessário; ele dá a eletricidade
que faz com que o motor funcione, por assim dizer. É preciso uma mente
clara, corretamente direcionada e poderosamente enfocada para realizar o
trabalho mágico do mundo, e isso é, essencialmente, trabalho criativo.
Todo o trabalho que produz a manifestação de novas formas na terra é,
essencialmente, trabalho mágico, do ponto de vista esotérico do termo,
mais do que no sentido popular. Podemos continuar falando muito mais sobre
isso, mas esperamos que este ponto esteja mais ou menos claro na mente dos
leitores.
Resumindo,
com a expressão superior de Libra, vimos a atividade unificada de seus três
regentes. Na fase de Vênus, Libra é assinalado pela nota-chave:
"Que a escolha seja feita". A mente raciocinadora é o fator de
desenvolvimento ou o fator regente na vida da pessoa. A satisfação do
sentido de razão e propriedade é um fim em si mesmo, o status
quo está bem estabelecido e a escolha é feita baseada no conhecido.
Nessa fase, vimos a satisfação do desejo em sua variedade de formas. Mas
na fase de Urano, a escolha é feita porque fatores externos forçaram o
nativo a fazê-las, e quem força a escolha geralmente é o Eu Superior.
Neste ponto, a escolha é feita de acordo com uma necessidade maior e não
de acordo com vontade pessoais. Finalmente, o tipo de Libra chega ao
supra-sumo na arte da escolha — o
fato de que, na verdade, não existe escolha, apenas Saber. Quando
essa dinâmica é realizada (tornada real, fatual), tudo o que a pessoa
tem que fazer é permanecer estável como um condutor de Luz e Amor, e ela
permanece em equilíbrio no “caminho que conduz entre as duas grandes
linhas de forças” (a materialidade e a divindade). Nos tipos mais
elevados de Libra, entramos na fase final do desenvolvimento, a fase de
Saturno. Nessa etapa, a mente concreta e até mesmo a mente abstrata são
superadas pela luz de budi, e todas as coisas são conhecidas diretamente,
“sem necessidade do pensamento”. A escolha então é feita de acordo
com a necessidade do karma planetário e do serviço que precisa ser
prestado, tudo isso de acordo com a Lei (Saturno).
O
libriano venusiano pode ficar perturbado por causa dos extremos quando tem
que fazer uma escolha, porque sempre toma muito tempo fazer escolhas
baseadas em nossos próprios amores e vaidade. Nesse caso, as escolhas são
sempre pessoais e se gasta muito tempo e energia comparando-se com os
outros e procurando manter a melhor aparência. O libriano uraniano também
podem passar fases enloquecedoras com relação aos extremos, mas neste
caso por outras razões. Suas escolhas são sempre feitas em um instante e
sem consultar ninguém. Geralmente atuam de uma forma contrária ao que as
pessoas normalmente esperariam deles, e as escolhas feitas algumas vezes
voam na frente dos que pediram para ele escolher. Urano também provoca um
efeito como esse. Geralmente acontecem distorções com as escolhas do
libriano uraniano, mas uma vez que elas são feitas, não são alteradas.
Mas com o libriano venusiano, a mente pode mudar a qualquer momento, de
acordo com o estilo, o tempo, a moda, a cor do pôr-do-sol e milhares de
outras razões, nenhuma das quais de necessidade real. Bem, espero que
tenham compreendido um pouco mais sobre o que Libra é, e podemos nos
mover para as considerações da próxima Lua Cheia.
A
Lua Cheia de Libra vai ser no dia 28 de setembro às 10:30 da manhã. A
configuração para essa Lua vai ser bastante incomum, principalmente
porque o mapa da configuração está dominado pelo décimo aspecto harmônico
— quintis e biquintis. A base do padrão do grande quintil já está
acontecendo e forma como um cálice (bowl)
delineado por Saturno, o Sol, Plutão e Urano, nesta ordem. Mas o padrão
completo do biquintil ainda não aconteceu, pois o Sol não está em
biquintil com Urano; isso só vai ocorrer no dia do grande quintil. O décimo
padrão harmônico que acontecerá nesta Lua Cheia é de grande importância
com relação ao que viemos considerando sobre escolha. Então, essa
configuração mostra que, se pudermos conseguir, durante o período das
Luas Cheias, o ponto de enfoque necessário em nossas vidas, as energias
mais incomuns poderão ser acessadas e muito do que é especial dentro de
nós terá a oportunidade de ser aberto (de se ativar, de se expressar). O
símbolo do grau do Sol é surpreendente com relação a isso e diz assim:
"Um
homem vê o seu ideal tomar forma diante de sua visão interna" (6
graus em Libra).
Temos
aqui uma promessa e um desafio para todos os que querem embarcar nesta
viagem para descobrir os dons ocultos desta Lua Cheia. A promessa é que
coisas serão apresentadas para nossa consideração, coisas que nunca tínhamos
pensado antes. As atividades mundanas de nossa vidas precisam ser
transformadas em algo de raro valor. Existem jóias de criatividade e
sabedoria na configuração dessa Lua Cheia. Mas, a nossa imaginação
deve estar desperta e inundada de luz se quisermos nos tomar conscientes
desses dons. A mente concreta e o conhecido devem dar lugar ao que é
significativo, simbólico e incomum. A Alma está definitivamente
esperando para falar conosco durante esse tempo. O desafio é: 1)
conseguir manter o ponto de tensão pelo tempo necessário; 2) seguir a
visão que nos é dada (muitos projetos e grandes visões não se realizam
por causa de nossa falta de enfoque ou de persistência, o mesmo acontece
com a meditação). Tudo o que é preciso na meditação é
orientação correta, foco claro e intenso e persistência. É assim
que a magia se introduz na nossa vida e na vida dos outros. O símbolo
para o grau da Lua também é muito surpreendente com relação aos
quintis, embora não esteja envolvido em nenhuma aspectação:
"Um
quadrado com um dos lados brilhantemente iluminado" (6 graus em Áries).
Uma
coisa que fica clara quando estudamos os quintis é que as pessoas que os
têm em seus mapas têm a habilidade de “pensar fora do quadrado”;
isso significa que eles têm habilidades com pensamento lateral,
dependendo dos planetas envolvidos. Nesse grau lunar, vemos a necessidade
de considerar aspectos de nossos padrões passados e olhar para eles de
uma forma diferente, talvez olhando para todos os lados que ele tem, coisa
que não fazemos naturalmente. Esse símbolo também pode indicar que
talvez tenhamos que pegar um aspecto de nós mesmos ou de nossa sociedade,
que já examinamos no passado, e colocar mais luz sobre ele — a “luz
que se movimenta para descansar” (repousar). Dane Rudhyar chama esse símbolo
de "a urgência de um lado para estabilidade interna". Os
librianos podem ser dolorosamente conscientes disso, porque sua própria
dinâmica interna algumas vezes exemplifica isso ao extremo. Portanto,
temos a combinação de dois símbolos, a cruz de energias se expressando
através da Lua Cheia, dando forma aos nossos ideais e a habilidade de
pensar lateralmente ou enfocadamente para poder realizar isso.
O
Sol está em trígono com Netuno nesta configuração, o que acrescenta
tremendamente a habilidade para perceber a visão interna e trazer a intuição
para agüentarmos as nossas incertezas. Um trígono do Sol com Netuno é
um aspecto que confere intuição de uma ordem superior e é conhecido
pelo fato de promover uma boa interação entre emoção e intelecto. Esse
aspecto também acrescenta poderosamente qualquer habilidade artística
para trabalhar com simbolismo. O Sol também está ligado a Mercúrio,
Marte e Júpiter em um stellium,
na estrela de Libra. Esse é um stellium
muito poderoso e indica tanto uma rápida expansão das qualidades já
relacionadas ou uma rápida degeneração em insanidade e compulsão,
coisa que os quintis sempre provocam nas pessoas instáveis de nossa
Terra.
Vamos
manter na mente as afirmações anteriores de que Libra também rege a
guerra, do mesmo modo que rege o equilíbrio. O ponto chave aqui é que
todos temos uma escolha a fazer; para muitos, essas escolhas serão forçadas
ou impostas sobre eles, ou pelos seus Eus Superior ou pelo Eu Superior dos
outros. De certa forma, esse tipo de configuração é muito extremo para
os que já são instáveis e em muitos pode provocar extrapolações,
pois, não importa o que aconteça, esse não é um tempo de meias
medidas. A força total de nosso enfoque deve ser conseguida seja o que
for que estejamos intencionando ou fazendo durante esse período.
Na
última carta, eu falei do yod
de Urano/Plutão com Saturno no ápice e sobre o que isso indicava. Esse yod
vai provocar efeitos até o dia 15 de dezembro, depois do qual o biquintil
entre Saturno e Urano durará até o dia do Natal. O yod está atuando desde o dia 18 desde mês. O Sol está quase no
ponto do meio do biquintil entre Saturno/Plutão, e isso enfatiza a
necessidade de reconhecimento da auto-responsabilidade com relação a
nossas escolhas. Isso também indica que seria bom que a nossa verdadeira
individualidade conduzisse qualquer situação a que os nossos egos nos
conduzam, em concerto com as responsabilidades percebidas com sabedoria, e
também de acordo com o que precisa ser eliminado como resultado de nossas
escolhas. A combinação de Plutão/Saturno traz consigo “a compulsão
para fazer o que seja necessário” ou “para deixar para trás os
detritos das eras”. Em qualquer medida, o Sol contatando esta perna do décimo
harmônico yod indica que temos
um caminho ou um conduto tanto para a eternidade como para o futuro e que
nossa individualidade precisa ser transformada de forma especifica e
surpreendente durante os próximos meses, sob a influência deste período.
Existe um outro fator mais imanente que precisamos examinar com relação
ao campo das escolhas no cenário mundial atual.
Na
última carta, vimos o tipo de coisa que aconteceu sob a impressão do
quintil de Urano/Plutão. Mantendo na mente a idéia de que nosso presente
é o resultado das nossas escolhas do passado, pelo menos com relação ao
que somos capazes de perceber, algumas coisas interessantes se colocam
para nossa consideração. Aconteceram guerras de independência ou de
liberação sob a influência desse quintil. Pode-se dizer que há uma
acontecendo agora mesmo no Iraque, mas isso não é assim da perspectiva
dos países ocidentais. Para o mundo islâmico, o que está acontecendo no
Iraque não é uma guerra para a liberação do país, nem do imperialismo
do ocidente. Eu não estou tomando partido nesse assunto, estou
exercitando o meu imperativo libriano de olhar os dois lados da questão e
de procurar entender o ponto de vista do meu próximo. “Terroristas”,
“inimigos da liberdade”, “insurgentes” e “revolucionários” são
todos termos relativos, dependendo de quem faz a pergunta. A verdade é
que todos vivemos submissos a algum tipo de tirania, seja política,
religiosa, econômica ou semelhantes, e as forças de liberação estão
se precipitando fortemente sobre o planeta enquanto falamos. As escolhas
que fizermos agora vão se processar durante os próximos 20 anos, até
que um novo ciclo criativo de liberação se apresente. Na última vez que
tivemos um quintil como esse, aconteceu a guerra mundial. Essa foi a
escolha que fizemos como humanidade e cujas sementes ainda estão conosco.
Eu não estou profetizando uma outra guerra mundial; eu fiz certas previsões
sobre a guerra do Iraque em minha cartas sobre a guerra, e quase todas
elas foram confirmadas.
Eu
percebo certas tiranias das quais todos nós exigimos que sejamos
liberados. Alguns desses tiranos são os interesses do petróleo, os
grandes monopólios da mídia que censuram a liberdade de expressão,
distorcem a verdade e espalham o medo para atender aos interesses egoístas
dos que estão no poder, o lobby da indústria farmacêutica que tentam impedir todo tipo de
medicina natural e que controla os estabelecimentos médicos e
hospitalares, os fundamentalistas de todas as fés, que procuram controlar
os corações das pessoas de todos os lugares através da estreiteza de
suas visões e da supressão dos questionamentos, os líderes do mundo que
procuram manter a população de seus respectivos países em ignorância,
dependentes e submissos através de taxaçôes injustas, privações nos
sistemas educacionais, gerenciamento falho de economias, degradação das
estruturas sociais, tudo com o objetivo de se manterem no poder... Esta
lista poderia aumentar enormemente. Mas acho que com isso vocês já
entenderam. No quintil Urano/Plutão, um golpe foi dado nessas tendências
opressivas da natureza humana, e a humanidade está um pouco mais liberada
do que estava antes. A Luz brilhou sobre a escuridão, e as pessoas
decidiram se levantar e protestar ao invés de viver no medo e na ignorância.
Existem muitas áreas nas quais temos que escolher, e é melhor escolher
com acerto e conscientemente, ou então repetiremos os erros do passado.
Um tempo para escolha se aproxima no ocidente — as eleições nos
Estados Unidos. Todos os que somos eleitores nessa eleição temos que nos
perguntar se somos mais livres do que éramos antes da última eleição,
se o mundo é hoje um mundo melhor e se estamos vivendo com menos medo. Se
fizermos essas perguntas, as nossas escolhas se tornarão aparentes.
Escreverei mais sobre isso na próxima carta de Lua Cheia.
Vênus
está em trígono com Plutão nesta configuração, o que indica coragem
nos assuntos do coração, a habilidade para mergulhar nas profundezas do
amor e assim subir até o seu cume, uma inclusividade na fraternidade da
humanidade que não conhece fronteiras, e a habilidade para sacrificar
tudo em nome do amor quando a necessidade é grande. No geral, essa
configuração apresenta um aspecto que dá muito suporte a tudo isso,
pois Vênus rege a expressão externa de Libra. Na verdade, esse é o único
aspecto que Vênus forma nessa Lua Cheia, e isso contribui com uma rara
clareza de mente durante esse período e uma discriminação de coração
acurada, que o libera das restrições do passado. Há tanta coisa que vai
vir à luz esses dias sobre os eventos mundiais desde a virada do século.
Embora a mídia ainda esteja sendo controlada para impedir a disseminação
da revelação da verdade por trás dos eventos, existem forças
alternativas que estão se organizando, fortalecendo, e eu espero
sinceramente que — de acordo com a verdade do quintil de Urano/Plutão
— a mídia será mais uma vez estimulada e se transformará na maior força
salvadora que já se viu. Isso é um resumo da dinâmica energética dessa
Lua Cheia, embora muito mais coisa possa ser acrescentada.
A
medida que a primavera floresce e nos encontramos cada vez mais no meio
dessas mudanças colossais no curso dos eventos humanos, vamos fazer uma
pausa para considerar nossas próprias circunstâncias e as escolhas que
nos levaram a esse ponto na história da humanidade. Qual tem sido a nossa
pequena parte no esquema das coisas? Qual o karma que nos colocou juntos
no palco do drama mundial atual? Que habilidade temos para termos sido
trazidos aqui? Como podemos escolher com mais sabedoria? Eu já disse
antes que me sinto otimista com relação ao que vai acontecer como
humanidade, à medida que os anos se desenrolam. Eu vejo cada vez mais,
mais e mais razões para ter esperança, embora a estupidez monumental de
algumas facções ainda me deixe perplexo.
Como
saberemos se estamos fazendo a escolha certa? Bem, existe sempre uma só
escolha que é correta, e essa é a escolha mais consciente que sejamos
capazes de fazer em qualquer momento. Como sabermos se a escolha é
consciente? Bem, podemos começar dizendo o que não é uma escolha
consciente. Nenhuma escolha feita sob o medo, por causa de facções, por
interesse ou ganho pessoal, sob estresse emocional, porque parece uma
necessidade lógica ou analógica, porque é a coisa mais racional para se
fazer, ou porque simplesmente queremos que uma mudança seja uma escolha
consciente. Uma escolha consciente é sempre feita pesando-se primeiro a
questão ou uma situação contra nosso próprio coração ou ética
(compreendido no sentido mais elevado e energético), dando ao Eu Superior
tempo — se se tem tempo — para filtrar e para responder e então pesar
as conseqüências com relação a uma necessidade maior do momento. Se
escolhemos de acordo com a visão da Alma, o mais claro que possamos
perceber, então isso é o que chega mais perto da definição de uma
escolha consciente — e ela será sempre a escolha correta em um momento
dado. Mas, não importa o que escolhamos, sempre vai dar tempo de corrigir
os enganos. Queremos simplesmente escolher corretamente para não criarmos
karmas desnecessariamente para nós e para os outros, karmas que mais
tarde teremos que resolver. Fazemos escolhas conscientes porque é a coisa
certa para se fazer, não importa quais as conseqüências para nós. Se
isso acontece, meus amigos, estamos vivendo como almas.
A
medida que fui vivendo, fui aprendendo que arrependimento é um sentimos
que nos leva a apegos. Eu não me arrependo (não tenho remorsos) das
coisas que fiz. Eu agora sei que sempre escolhi de acordo com as
ferramentas da minha psique, e que eram as que eu tinha naquele momento.
Remorso é uma pílula amarga, e culpa de escolhas erradas feitas no
passado é um veneno que infecciona o sistema e bloqueia a luz da Alma.
Mas eu também sei que escolha é um pacto secreto que se faz com o Eu
superior, e que cada escolha que faço é uma grande oportunidade e que
traz a conseqüente responsabilidade, mesmo nas mais pequenas coisas. Na
verdade, se diz que não existe nada que seja pequeno.
À
medida que nos movemos para esse período de Libra, que a escolha seja
desafiadora para poder expressar mais de nossa singularidade do que
tivemos coragem no passado, e para caminhar livremente, corajosamente e
com segurança sobre o futuro, sabendo que nossas escolhas sempre foram
feitas sabia e conscientemente. O mundo vai respirar muito mais facilmente
se fizermos isso. E na próxima vez que um lindo dia, um encontro ou uma
circunstância aconteça, tome um tempo para parar e sentir o perfume das
flores de laranjeira, para mudar a rotina, pois as oportunidades que
chegam são como néctar para a Alma. Talvez, da próxima vez surja um
grande dia e eu escolha ter um pouco mais de descanso ao invés de
trabalho, pois até mesmo o tempo de lazer também pode trazer a luz da
Alma, porque nada nutre mais a Alma do que experiências novas e a alegria
de um bom descanso.
Felizes
testes e dias gloriosos para todos vocês. Malvin
Nota: Texto traduzido, compaginado e difundido pelo Inter Grupo Íbero-Americano. Descarregue este artigo completo clicando AQUI.
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