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O Dia de Ação de Graças sempre foi um assunto épico em minha família. Geralmente, passávamos as férias com uma de nossas tias em Nova Jérsei, logo depois do rio de Nova Iorque. Era uma longa viagem desde a Carolina do Norte, com seis pessoas no carro, e sempre com questões infindáveis de crianças, como: “Ainda não chegamos? Mãe, posso comer outro sanduíche? Pai, quantos milhas faltam para a gente chegar?” E sempre as mesmas velhas respostas: “Duas milhas a menos do que da última vez que você me perguntou”. É muita coisa ser pai e mãe. Doze horas em um carro é uma eternidade para uma criança, mas sabíamos que íamos encontrar um peru recheado esperando por nós no dia seguinte, junto com uma enorme variedade dos biscoitos da tia Mary — a recompensa final da longa viagem. Embora a viagem fosse longa, de muitas formas, também tinha suas recompensas. Nessa peregrinação anual, víamos muitos lugares diferentes, especialmente nos arredores da cidade de Washington — a cúpula do monumento a Washington, entre muitas outras — e éramos sempre presenteados por meu pai com histórias, como os pais costumam fazer. Havia as histórias de sua infância, do tempo no quartel, das vezes que passou na mesma estrada, e sobre o patrimônio histórico nacional. Nós escutávamos, mas só iríamos apreciar depois, pois nosso pensamento estava nos biscoitos da tia Mary, no divertimento e na alegria que iríamos ter em Nova Iorque e vizinhanças. Quando estive nos EUA há alguns meses, percorri de novo as mesmas vias, e as memórias eram tão palpáveis que pareciam que as coisas tinham acontecido ontem. Parece que o tempo vai perdendo cada vez mais o significado, à medida que vamos ficando mais velhos, exceto pelo fato de que parece que nunca temos tempo suficiente.
Escrevi bastante sobre os EUA na última carta e esta também tem uma ressonância com esta nação, por causa do tema de Sagitário; mas também serão tocados alguns pontos-chave que não mencionei na outra, devido a limitações de tempo e espaço. De maneira geral, nesta carta, voltamos ao modelo das de Lua Cheia. A Lua Cheia será no dia 26 de novembro às 17:08 no Brasil (18:08 no horário brasileiro de verão; na Austrália: 27 de novembro às 7:08). Os sagitarianos são conhecidos por seu amor às viagens, aventuras, amplos espaços abertos e filosofia. Mas, mais do que isso, são conhecidos como pessoas bem orientadas em direção a uma meta. Este festival pode ser chamado de “Festival da Aspiração”, e na verdade, todos os festivais lunares podem ser denominados de muitas formas. Mas para os sagitarianos, há sempre um sentido de propósito e de direção na vida, se a Alma os contata em alguma medida. Eles também não sabem ficar parados por muito tempo, porque é muito forte a urgência de se locomover adiante e de conseguir o que não está ao seu alcance, embora, aos seus olhos, pareça algo fácil de se atingir.
Os amplos padrões dos quintis que estavam em evidência nas últimas duas Luas Cheias terminaram; só resta a base do 10º harmônico Yod que consiste do quintil de Urano/Plutão com Saturno no ápice. Já dei o significado deles em cartas anteriores e não vamos falar novamente aqui. Mas ainda há muita coisa nessa Lua Cheia, como sempre, e voltaremos a elas no decorrer da carta. Antigamente, este signo tinha como símbolo um centauro, significando o desenvolvimento da Alma humana através de longas eras de evolução, relacionada a todo egoísmo da humanidade, e onde predominava uma forte natureza animal na vida e aspirações humanas. O símbolo de Sagitário agora é um arqueiro montado em um cavalo, significando que a humanidade se elevou acima da natureza animal, mas ainda está bem perto dela. Mas associação com um centauro é muito interessante com relação a esta Lua Cheia, porque Quiron está em uma oposição reflexa com Saturno, que está no 10º harmônico Yod, existe a indicação de uma tarefa definida à frente de todos nós, em termos de clarificação de nossas aspirações, de cura de coisas que impediram a completa expressão da Luz da Alma, e de necessidade kármica de liberação de antigas feridas de padrões raciais e grupais, que mantêm controle sobre o mundo neste ponto de nossa história. Alguns astrólogos associam fortemente Quiron a Sagitário, e na verdade, todas as classes de asteróides centauros deveriam ser seriamente examinadas com relação a essa associação e com as interpretações mais antigas desse signo.
Sagitário provê um “raio de Luz enfocada e dirigida” que é aspiração, e que um dia se tornará a própria Luz da intuição. É nesse signo, depois dos testes em Escorpião, que ao discípulo é dada a visão da tarefa que deve ser empreendida para atingir a próxima meta, estimulando assim a aspiração que possibilita que se alcance a meta desejada de serviço e evolução. O raio de luz então se transforma no eixo da flecha proverbial, lançada para a meta desejada, e que retorna como uma inundação de intuição depois que o objetivo é atingido. Nas pessoas comuns, esse signo é regido por Júpiter, que abre muitas visões para essa conquista e que dá o grande e expansivo temperamento do nativo de Sagitário. Mas para os que estão no Caminho, Sagitário é regido pela própria Terra, e isso significa que a meta só é atingida quando se caminha o caminho do serviço terreno, quando se experimentam todas as etapas da existência humana, quando se vaga no deserto e na confusão da vida terrena, e apesar de tudo isso, atingindo a meta. Mesmo passando por todas essas circunstâncias, a visão nunca é perdida, e para o sagitariano, a jornada através da vida se torna una com a meta. Assim, temos dois tipos principais de sagitarianos — o ortodoxo ou sagitariano “jupiteriano”, e o esotérico ou sagitariano “terreno”.
Pode-se perguntar como é que a Terra pode ser o regente de um signo, pois nunca esteve incluída entre os planetas regentes na astrologia ortodoxa. Os astrólogos esotéricos usam a Terra como um ponto do horóscopo, e ela é sempre imediatamente oposta ao Sol na carta. Portanto, ao considerar este festival, o grau lunar na configuração desta Lua Cheia de Sagitário é muito importante, porque esse ponto é também o grau da Terra nesse mesmo mapa, e isto faz com que haja uma ênfase especial para os tipos sagitarianos e para as aspirações gerais da humanidade como um todo. As pessoas estão bem familiarizadas com o sagitariano “jupiteriano” e com todas as qualidades de Júpiter que eles manifestam — jovialidade, pontos de vistas amplos, amor pela aprendizagem e filosofia, amor às viagens e às aventuras, às vezes imperiosidade e julgamentos. O que se sabe sobre o sagitariano “terreno”? Para compreender isso, primeiro temos que saber como o planeta Terra se comporta em um mapa.
Para colocar muito simplesmente, a Terra é, primeiramente, um ponto de “dor” em qualquer horóscopo. Conheço várias pessoas que não gostariam dessa descrição, mas uma pequena explicação pode mostrar porque a influência da Terra pode ser vista desta maneira. Do ponto de vista de nossa constituição sistêmica solar, a Terra é um dos três planetas que formam a persona de um grande Ser Planetário. Este Ser é um dos três maiores Seres dentro de nosso Sistema Solar. É dito que existem três planetas que são os maiores “agentes” em nosso sistema, e são: Saturno, Urano e Netuno. Eles são conhecidos como esquemas planetários sintetizadores dentro do Sistema Solar, e através deles tudo é “resumido” ou resolvido antes que se possa passar além de o sistema. A Terra, como foi mencionado, é associada a um desses três, que é Saturno. O outro planeta dessa tríplice persona planetária é Marte. Saturno compreende a mente deste Ser, Marte, a natureza astral, e a Terra é a expressão física. Como os astrólogos sabem, Saturno e Marte são os dois principais seres “maléficos” de qualquer mapa e por isso representam pontos que podem ser indicados como pontos de sofrimento agudo ou crônico. Em um mapa natal, eles podem representar também pontos dinâmicos de crescimento, energia e estabilidade, dependendo de como os aspectos que eles representam sejam abordados e manejados. Mas de maneira geral, são pontos contenciosos e doloridos quando são ativados por trânsitos e progressões, especialmente se estão aspectados fortemente no mapa natal. Da mesma forma, isso acontece com a Terra.
Esses três planetas — Terra, Marte e Saturno — são os únicos planetas no Sistema Solar onde se conhece o sofrimento. É dito que Saturno indica angústia mental, Marte provê o sofrimento emocional e a Terra indica sofrimento físico, para colocar de uma forma bem simples. Tanto a Terra como Marte são conhecidos como planetas não sagrados, significando que seus respectivos Regentes planetários ainda não passaram por aquelas Iniciações que os removeriam da necessidade de encarnar e lutar. Eles ainda não atingiram o estágio de adeptos, na analogia humana, e é por isso que nestes tempos acontecem grandes lutas e adversidades nesses globos. Isso não significa que tudo que se conhece desses três planetas é sofrimento e negatividade. Longe disso. Eles também podem expressar uma grande beleza e força, e ao mesmo tempo, podem contribuir com sua quota na luta, porque ainda estão, em alguma medida, limitados por alguma ilusão, apesar de seu desenvolvimento, considerando uma escala cósmica. Os outros planetas do Sistema Solar estão livres, e alguns como Vênus e Mercúrio são muito avançados em sua própria linha evolutiva.
A Terra é chamada de “Escola da Resposta Magnética”, mas tem outros nomes menos glamorosos para seus estudantes, como: “Os Graduados do Esforço Doloroso” e “Os Adjudicadores entre os Opostos”. É dito que seus graduados se submetem a exames no plano astral, e, como sabem os ocultistas, esse é o plano onde as forças da dualidade se encontram. A Terra, em um mapa, é muito física em seus efeitos e afeta principalmente as partes sutis do plano físico — os éteres. Ela afeta as pessoas principalmente através do centro esplênico e faz isso através das emanações etéricas planetárias. Portanto, ela afeta a substância do corpo que não está essencialmente associada com a consciência, mas com o veículo de resposta física que chamamos de corpo etérico. Em resumo, ela define o campo de experiência do nativo — o caminho que deve ser caminhado para que algumas coisas dentro da natureza sejam resolvidas e permitam que se atue como uma Alma neste mundo físico. De maneira geral, é um ponto muito sensível com relação à saúde física, na demonstração da polarização e da sua resolução. Essa é uma das razões do por que pode haver tanto estresse físico nos períodos da Lua Cheia.
Eu sei que o que eu disse não vai fazer muito sentido para muitos dos leitores. Talvez possamos dizer o mesmo de uma outra forma: a Terra está em oposição ao Sol em todas os mapas natais. O Sol representa a verdade presente da vida, a psique, a vitalidade geral, o ego pessoal, o tipo básico da personalidade, e é o principal fator de integração em qualquer mapa. Ele é a força da vida. Agora, temos que considerar o que significa ter um planeta sempre em oposição ao Sol, como um aspecto do mapa astrológico. As oposições são aspectos estressantes. É um aspecto que produz uma consciência aguda, e isso é feito através da polarização da consciência e da imposição forçada de acontecimentos. É um aspecto que atua como um espelho, e é dito que, através dos acontecimentos indicados pelos planetas que estão envolvidos, dá um tipo de consciência “cara a cara”. É um aspecto que confere objetividade através do esforço para compreender. Portanto, qualquer planeta oposto ao Sol é uma chamada direta (despertador) para acordar o ego, por assim dizer, e com relação à Terra que está sempre ali, somos lembrados de nosso lugar na vida, do caminho que temos que seguir, das energias que trazemos para agüentar as nossas circunstâncias e de nossas grandes obrigações grupais. Como o Sol nos representa como Egos, a Terra representa tudo o que é “não nós” (não eu), por assim dizer. Quando outros planetas estão em oposição ao Sol, especialmente Marte e Saturno ou os dois juntos, então a vida pode ser realmente muito interessante.
Em qualquer configuração de Lua Cheia, mais do que considerar o grau da Lua como ênfase primária, deveríamos começar a considerar este grau como o grau da Terra e, conseqüentemente, o grau de nossas obrigações grupais no caminho que caminhamos — ou, em outras palavras, o coletivo. Na verdade, a Lua é um corpo morto, considerado esotericamente, e não irradia nenhuma energia própria. A Lua Cheia, então, realça as coisas que temos que considerar em nível grupal e a nossa integração dentro dos grupos com que estamos associados. A meta de todo trabalho espiritual é uma integração maior, e cada vez maior, com o coletivo, e a submersão do pequeno eu na necessidade e na tarefa para o Bem Maior. Cada Lua Cheia nos dá os indicadores de vários aspectos de nosso alinhamento dentro da irmandade do coletivo humano e do caminho que temos que trilhar para atingir essas metas. Por causa disso lutamos, porque a persona quer manter as coisas como estão e não acha ruim satisfazer os seus próprios desejos. De muitas maneiras, a Terra em um mapa nos mostra onde está a nossa maior luta e onde nos projetamos psicologicamente de maneira mais forte. Mas a Terra também é nossa janela para o mundo maior do Espírito. O objetivo de toda luta e conflito é a resolução final e a beleza que será expressa através dele. Portanto, o ponto da Terra em qualquer mapa é, tecnicamente, um indicador de onde devemos criar a beleza mais profunda em nossas vidas e nas vidas dos outros, mais do que rejeitar ou se defender contra aquilo que percebemos como estando “contra nós”.
Então, o sagitariano “terreno” é aquele que é agudamente consciente da dualidade da existência física. Por exemplo, são conscientes de que inerentemente são Espíritos, mas a urgência da natureza animal ainda está com eles. São conscientes das metas que procuram atingir na vida, mas estão muito conscientes dos impedimentos para atingir essas metas; são conscientes da necessidade dos outros que precisam ser atendidas ao mesmo tempo em que eles procuram atingir as suas próprias metas. Eles são cheios do fogo do entusiasmo da vida espiritual, mas as realidades do mundo os mantêm longe do livre controle de seu esforço para cima. Eles têm, totalmente, em sua consciência todos os aspectos jupiterianos da experiência em Sagitário, mas também vêem as lutas dos que estão à sua volta, ao mesmo tempo em que a sua própria. Eles procuram expandir totalmente e ter um bom tempo enquanto estão fazendo isso, mas as realidades do viver espiritual significam que as obrigações devem ser cumpridas, linhas de ação devem ser seguidas, e as outras pessoas importam pelo menos igual, se não mais, do que o que fazem.
Mas existe uma tremenda elevação de pensamento como resultado do sentido de dualidade, e uma sabedoria transcendente pode nascer no fim de toda essa experiência de polarização. No fim, o sagitariano terreno aprende a caminhar o caminho do meio, em perfeito equilíbrio com a meta mantida firmemente à sua frente, e então aprende a responder, de uma maneira magnética e magnânima, a todos aqueles que lutam como ele já lutou. Não é um caminho fácil, especialmente mentalmente, mas é um caminho que proporciona muitas recompensas em termos de uma acrescentada sabedoria e do conhecimento partilhado. É uma vida onde a chamada do Espírito está acima de tudo, mas é abordada com uma compreensão cada vez maior das necessidades da vida neste plano, e uma determinação de combinar ou de casar os dois (fundir). Ainda é uma vida de incessante mudança e movimento, mas a vida descontraída do sagitariano jovial é substituída, gradualmente, por um compreensão profunda da natureza humana e um desejo ardente de trazer a sabedoria, que eles tão arduamente conquistaram com a vida, para todos os que o escutarem.
Uma coisa interessante sobre polarização e dualidade pode ser aprendida de um estudo sobre eletricidade. Para os que estudaram um pouco de teoria elétrica, é bem sabido que onde quer que haja uma diferença no potencial elétrico entre dois pontos em um meio condutor, passará uma corrente. É também um fato que onde quer que haja corrente passando, um campo magnético é gerado. Mais ainda, onde quer que haja uma corrente elétrica, também existe uma resistência, que gera calor ou luz (que também é resultado do calor). A eletricidade, como nós a conhecemos, depende de polaridade para poder trabalhar. Onde não há polaridade, não há corrente elétrica. Uma coisa interessante sobre campos magnéticos e eletricidade é que os dois trabalham em duas vias — a eletricidade produz magnetismo e vice-versa. Por isso, a eletricidade está, indissoluvelmente, conectada com o magnetismo. Poderíamos então dizer que a eletricidade produz uma resposta magnética.
A mesma coisa acontece com a psique em sentido análogo. Pensamento polarizado produz o movimento de correntes de pensamentos, que também induz uma resposta magnética nas pessoas de mente semelhante e nos seus opostos polares. A dualidade (polaridade) produz movimento na mente e nas emoções e atrai correntes de pensamento de natureza similar, junto com correntes opostas de pensamento, o que por sua vez produz calor psíquico e, por fim, a Luz do conhecimento. Talvez isso esteja muito fantasioso para muitos leitores, mas lhes asseguro que essa correspondência existe de fato. Como afirmamos antes, este planeta foi chamado de Escola da Resposta Magnética. Talvez não seja surpresa que a força que ilumina nosso globo à noite — a eletricidade — é um produto do magnetismo e da polarização. O exterior, na verdade, reflete uma realidade interior, e poderíamos encontrar exemplos surpreendentes de correspondência entre a ciência e a vida interna, se tivéssemos o cuidado de dar uma olhada ou de prestar atenção. É este mesmo tema da polarização (sua correspondência psíquica) que mantém o sagitariano terreno em constante movimento e tão intensamente enfocado em suas metas. A Luz do Eu Superior nunca os deixa. Para eles, as dualidades da vida continuamente evidenciam a Luz daquele Eu Superior, à medida que essa Luz, que é um resultado das realizações adquiridas através do movimento do pensamento, é vertida na psique do sagitariano. Como uma nota final, Sagitário rege a Hierarquia dos Senhores Lunares — o aspecto inferior da natureza humana, e nos dias atlantes, foi essa hierarquia que regeu a humanidade durante grande parte e foi o veículo e a causa de tanto conflito naqueles tempos distantes.
Isso nos trás à consideração da peça final que eu gostaria de acrescentar à saga da América depois das eleições. Os EUA estão relacionados ao idealismo superior de Sagitário, assim como à imperiosidade dos aspectos inferiores da psique do sagitariano. Como se sabe, Washington — que é a sede do governo dos EUA — é regido por Sagitário; ele é a persona de Washington. No nível da Alma, Washington é regido por Câncer. Todos sabemos como nós americanos podemos ser idealistas. Esse idealismo tem sido testado muitas vezes desde que Plutão vem transitando em Sagitário, mas vale à pena notar que o mapa dos EUA tem a polaridade polar da Alma e da expressão pessoal oposta a da cidade de Washington. No mapa dos EUA, temos Sagitário como ascendente, o que indica as possibilidades mais elevadas em um mapa (e, portanto, a Alma), e Câncer como signo solar (a persona – o “problema” presente). Só isso já é indicativo de uma grande polarização. Nunca, na memória recente, o país esteve tão polarizado. Existe uma grande diferença em “potencial” entre as varias facções nos EUA; quase dá para sentir a eletricidade no ar. Mas parece que está para aumentar ainda mais, especialmente quando se considera o que está acontecendo, silenciosamente, por trás das cenas, enquanto falamos. Mantenha na mente, junto com tudo isto, o fato de John Kerry também ser um sagitariano, e as coisas podem fazer um pouco mais de sentido à medida que continuamos.
Está havendo um “agito” na Internet sobre fraude nos votos da última eleição, e muitas pessoas estão dizendo que estas eleições foram, outra vez, roubadas dos democratas. É provável que os republicanos chamem esse tipo de coisa de dor da perda, mas existe uma evidência crescente que aponta para o fato de nos estados onde foram usados votos eletrônicos terem ocorrido irregularidades significantes entre os votos contados e o número de eleitores registrados, com o peso a favor dos candidatos republicanos. Eu não quero colocar peso em nenhum dos lados da argumentação, e de maneira significante eu espero que se descubra que isso tenha sido um engano. Mas se surgem evidências fortes e bem fundamentadas de que a eleição foi fraudada, podemos imaginar a revolta que seria em uma população já tão equilibradamente dividida e já tão fortemente polarizada. O idealismo do povo americano estaria levando um sério impacto, o que pode não ser uma coisa ruim, mas o conflito que resultaria disso provavelmente paralisaria o país. Isso seria também uma sério prejuízo para o Partido Republicano, para os Neocons e para a dinastia dos Bush, pois foi um Bush que estava envolvido na eleição. Idealismos geralmente morrem uma morte amarga, mas quando considerada espiritualmente, uma desilusão é, na maioria das vezes, uma coisa boa. De maneira geral, isso despertaria um monte de gente e estimularia muitos a olhar mais profundamente para o porque de eles acreditarem nos líderes, e o porque das coisas que fazem para eles, e a olhar com mais cuidado para a América e para as coisas que eles pensam que realmente importa, na política e na vida da América.
Considerem também que Kerry foi um promotor. Pessoas comentam que ele ficou muito silencioso depois das eleições — um comportamento estranho para um homem que lutou tanto para fazer uma diferença. Será que ele talvez esteja coletando evidências, silenciosamente, para apresentar em um tempo oportuno? Tal incidente, se acontecer, pode bem diminuir, de alguma maneira, a natureza imperialista do governo, não importa quem esteja no comando. Vão nos ser oferecidas muitas perspectivas novas na vida, em um futuro muito próximo, se já não foram. Este é somente um exemplo do que pode acontecer, entre muitos. Desde que Plutão começou seu trânsito através de Sagitário em 1995, ideal após ideal vem sendo questionado — a igreja, o sistema educacional, governos, patriotismos e muitos outros departamentos da vida humana. Nada escapou da ação de Plutão. Como nota final na questão da fraude nos votos, Plutão também está por trás de tudo isso. Eu disse na última carta que Marte rege a 4ª e a 12ª casa do horóscopo dos EUA, e Plutão está pairando em volta da oposição deste ponto desde antes da guerra do Iraque. Bem, a 12ª casa rege eleitores, fraudes e erros cometidos, como Netuno também o faz. Logo depois da oposição de Plutão/Marte, Plutão se movimenta para formar quadratura com Netuno. Plutão é também o regente esotérico da 12ª casa natural do zodíaco, e assim existe sempre uma conotação da 12ª e a 8ª casas com Plutão. O último capítulo do trânsito de Plutão sobre Marte ainda está para ser escrito, e bem que pode ser sobre uma grande mentira! Novamente, talvez isso aconteça sem muita lamúria, até mesmo se a fraude nas eleições for verdadeira. A 12ª casa também pode ser enganosa e misteriosa.
O último comentário que quero fazer com relação aos EUA antes de entrar na dinâmica desta Lua Cheia diz respeito à cerimônia de posse da próxima administração do governo, no dia 20 de janeiro de 2005. O presidente eleito vai fazer o juramento às 12:00 (Leste). É de interesse especial esse pequeno aspecto, que muitos astrólogos nem considerariam, mas que para a Sociedade de Magia seria de grande interesse. Eu me refiro à oposição de Saturno/Quiron. Já foram feitas muitas pesquisas sobre o aspecto estressante entre os planetas e Quiron, e descobriram que casamentos realizados sob a influência desse aspecto entre Saturno e Quiron geralmente terminam em divórcio. Seria muito importante ver se acontecerá uma grande ocorrência de divórcio nos anos vindouros, especialmente com os casais que se casaram nos meses recentes. Uma inauguração (posse) é um tipo de casamento — um compromisso entre o líder e seu povo. Alguns astrólogos fizeram a previsão de que Kerry ganharia, mas que ele não terminaria seu mandato e que Edwards cumpriria o resto do mandato. Se Bush for obrigado a se retirar por causa da fraude nos votos, esse cenário poderia se realizar. Se Bush faz o juramento do seu ofício, quem sabe? O seu mapa vai estar sob muito estresse no próximo ano.
Estive dando uma olhada nos mapas dos presidentes que, por um motivo ou outro, não concluíram seus mandatos. Nos casos dos presidentes que morreram em exercício, sempre havia um aspecto estressante entre Quiron e Plutão no mapa da hora do juramento. Na próxima posse, existe um aspecto estressante entre Quiron e Plutão, mas isso envolve a localização de Plutão no mapa natal. O trânsito de Quiron está em uma conjunção combustível com Plutão na carta natal dos EUA, na hora da posse. Nos outros casos, os aspectos Quiron/Plutão estavam “no céu” e não envolviam aspectos da carta natal dos EUA. Nos dois casos em que os presidentes tiveram que renunciar, Quiron estava em quadratura com os nódulos lunares, na configuração do momento da posse, e Saturno estava na 7ª casa. Encontramos a mesma coisa com relação a Quiron e os nódulos lunares para essa posse, mas Saturno estará na 8ª casa — a casa da morte, das grandes separações e transformações. Adicionalmente, o trânsito de Saturno estará em oposição a Plutão do mapa natal dos EUA e em conjunção com Mercúrio no mesmo mapa. Existe mais coisa, mas isso é suficiente para indicar possíveis tendências de problemas para quem quer que faça o juramento nessa hora do dia 20 de janeiro. Se eu fosse um astrólogo oficial (só por brincadeira, OK?), tanto serve para o Bush ou para o Kerry, eu teria sérias dúvidas sobre seu futuro e sobre sua vida política se eles fizessem esse juramento no dia marcado para a cerimônia. Esse é um assunto muito fascinante e idéia para um monte de especulação, mas minha intenção é, simplesmente, trazer as informações para seu conhecimento e para posterior investigação.
Isso nos trás à parte final desta carta, que é a consideração dos aspectos planetários nesta Lua Cheia. Como sempre, o grau do Sol e da Lua são muito reveladores da dinâmica que se apresenta. O grau do Sol diz: “Uma velha coruja sozinha, sentada em um galho de uma grande árvore” 5 graus em Sagitário.
Corujas sempre têm sido associadas com sabedoria desde os tempos antigos. Elas são caçadores fabulosos e têm uma visão extremamente acurada. Elas flutuam silenciosamente no ar, e podem girar a cabeça de tal modo que podem ver tudo que está à volta. Elas pousam em árvores altas, têm uma vista completa dos arredores, e mesmo no escuro, podem perceber os mais leves movimentos. Não é surpresa que as pessoas as consideraram como portadoras de presságio e como totens tão poderosos. Esse símbolo descreve muito bem o que deve ser considerado nas aspirações da humanidade para o próximo ano — a habilidade de permanecer só, sensibilidade para perceber as mudanças em nosso pequeno mundo, mesmo as mais sutis, e de ter a visão enfocada de maneira que possa penetrar no coração da escuridão. Esse símbolo destaca o que devemos buscar, a necessidade de ascender para lugares mais elevados, para que possamos ver o cenário das coisas como um todo e adquirir uma perspectiva mais ampla. Temos que ser capazes de deslizar silenciosamente e sem esforço através das circunstâncias, e de ter a sabedoria que nos permita colocar todas as coisas em corretas relações e proporções. Temos que produzir o silêncio que nos permitirá ouvir a voz interna da direção, em um mundo à nossa volta ruidoso, estridente e cheio de rebeliões. Acima de tudo, precisamos de percepção clara.
O grau da Lua/Terra destaca as áreas nas quais precisamos prestar muita atenção ao que está acontecendo à nossa volta. É um grau que assinala onde caminhamos juntos com os outros e como nos vemos a nós mesmos através das pessoas com quem estamos associadas. O grau da Lua diz: “Um magazine revolucionário conclamando à ação” 5 graus em Gêmeos.
Definitivamente, há revolução no ar, mas não é uma revolução baseada em ações militares ou conflitos violentos. É a revolução da mente que irradiará a Luz da Alma nos lugares que até agora tiveram pouca luz ou que escureceram através de anos ou séculos de falta de uso ou de mau uso. A antiga era está terminando, e com isso passará para o “fog” da memória tudo que se tornou corrompido ou cristalizado. As energias que estão impactando cada vez mais a nossa psique estão produzindo mudanças que estabelecerão uma nova ordem mundial e um sentido renovado de liberdade para a expressão da Alma humana. As forças repressivas de padrões psicológicos organizados também serão liberadas através do calor gerado pelas facções e pensamentos fortemente polarizados, que temos visto aumentando cada vez mais no mundo, e através o movimento inevitável em direção à resolução que finalmente acontecerá. No mundo de hoje, existe um grande potencial para mudanças. À medida que as descargas ficarem mais fortes, haverá um movimento cada vez maior em direção a um novo nível de compreensão. A Luz que será gerada pela liberação das polaridades que vemos agora conduzirá a humanidade a muitas formas novas de direções nunca antes percebidas. A chamada para a revolução foi realmente dada, mas é a Alma que está fazenda a chamada, e não as pequenas vontades das pessoas.
Esse fato está belamente indicado nesta figura pela quadratura em T formada pelo eixo da Lua Cheia com Urano no ápice. Urano é o planeta da revolução, da nova ordem e da liberação do que é antigo. Este ano, o desejo por melhores condições dará a forma das aspirações das pessoas de boa vontade em todos os lugares. É uma configuração tensa, mas contém muitas promessas dentro dela, e garante que o movimento que elevará a pisque das pessoas ocorrerá fortemente nos meses vindouros. Esta quadratura em T ajuda a liberar alguns dos poderes compulsivos junto com o dinamismo criativo do 10º harmônico Yod que ainda está conosco. Urano também faz trígono com Vênus, indicando uma abordagem mais humanista para os problemas, uma visão mais ampla das coisas e um sentido geral de abertura da mente, embora isto pareça estar ausente em muitos quadrantes. Vênus está em conjunção com Marte, acrescentando fogo às paixões, força às aspirações, uma boa fusão de forças a nível pessoal e um forte pigmento à força sexual, tudo alinhado ao altruísmo geral. Esta conjunção trará um aumento e uma força não usual à maneira com que abordamos nossas aspirações espirituais este ano. Isso ainda recebe uma força extra de Marte, pois está em quadratura com Netuno neste mapa. Existe um perigo aqui: as pessoas podem ser muito fortemente arrastadas pelo que elas vêem e podem acreditar realmente na sensação de que “Deus está comigo”. Podemos observar essa quadratura como sendo inflamatória para alguns grupos. Eles podem bem acreditar que têm o direito divino de realizar as suas visões, e o controle que tentam manter sobre as pessoas estará aumentado sob essa influência.
A conjunção Marte/Vênus e a quadratura Marte/Netuno estão diminuídas em grande medida pelo Grande Trígono no ar, composto pela Lua, Júpiter e Netuno. Isso opera principalmente no campo da mente (ar) e conduz uma energia caracterizada por grandes insights espirituais, impressões fortes e claras, intuições, e reações de percepção essencial das coisas. Esse é um Grande Trígono altamente intuitivo e confere uma habilidade para expandir espiritualmente que não temos visto há algum tempo em configurações de Lua Cheia — e a melhor parte é que é fácil de acessar. Esta é uma configuração que se mostra como graça espiritual, sabedoria profunda e insight. Júpiter também está em quintil com Mercúrio, indicando que a intuição será muito mais fortemente marcada e que alguns pensamentos espirituais ou capacidade artística real podem vir com essa Lua Cheia. Os principais planetas que liberam a graça sublime deste Grande Trígono são o Sol e Marte, mostrando que o esforço individual e a força vital produzirão os resultados necessários e cumprirão a promessa do Grande Trígono. Finalmente, vemos Mercúrio em conjunção com Plutão, o que indica a habilidade para ir fundo dentro da pisque e para trazer de dentro o que está escondido nos recessos de nossas mentes. É, por isso, um excelente aspecto para o trabalho de detetive, e a não ser que eu me engane, Kerry e seu time agora estão fazendo exatamente isso. Vai ser interessante ver se alguma coisa sobre fraude nas eleições virá à luz nos meses vindouros. Esta é uma excelente combinação para descobrir segredos. Isso encerra meus comentários sobre a dinâmica planetária para essa Lua Cheia.
Minha tia Mary é uma sagitariana e, muito verdadeira nessa expressão, ela era muito boa para conduzir motos nos anos de sua juventude, mas é um pingo de gente que dificilmente terá mais do que “cinco pés” de altura. Com essa altura, ela combina bem com a de meu tio. Ela não tem andado de moto por muitos anos, mas ainda tem muito brilho nos olhos, e até hoje, é bem difícil competir com ela. Simplesmente não podemos botar para baixo um sagitariano. Todos os anos, lembro-me dela neste período e também me lembro bem das aventuras que tinha quando criança. Há uns meses, quando eu dirigia através da terra dos Sopranos, lembrei-me das muitas jornadas que fiz ao longo da minha vida, das coisas que consegui, das pessoas com as quais partilhei essas viagens, dos caminhos nos quais meus horizontes foram ampliados, e das metas que não foram atingidas. Até mesmo no fim dessa última viagem, ainda tinha biscoitos esperando por mim quando fui à casa dela. Todas as viagens, no fim, têm suas recompensas. Foi muito bom ter visto seu rosto jovial e saber que ela, mesmo nesta etapa avançada da vida, ainda tem aspirações, mas essas metas agora estão muito ligadas aos seus filhos e netos. Sua vida, certamente, ampliou a minha, e sempre admirei sua franqueza e visão do mundo. Nunca podemos saber sobre as pessoas por sua aparência. Mais do que tudo, ela é um espírito livre, e nunca nada a impediu de fazer qualquer coisa que precisasse ou de seguir o caminho que tinha mapeado para ela e para a sua família. E ela ainda faz surpreendentes biscoitos de coco.
Todas as vezes que nos aproximamos do feriado americano de Ação de Graças, sempre me lembro da riqueza da vida e das recompensas e sabedoria que as experiências diretas trazem. Mais do que isso, sinto uma enorme gratidão pelas pessoas que encontrei e com as quais partilhei tempo e vida. Até mesmo os tempos difíceis foram compensadores à sua própria maneira. Não há nada melhor do que uma boa aventura para mudar a perspectiva de alguém e para ampliar a visão de como se olha a vida e o mundo. Tudo o que precisamos fazer é permanecer abertos para o que nos é oferecido a cada momento que passa. Até mesmo uma caminhada no quarteirão traz a possibilidade do início de uma história épica em nossas vidas, pois nunca sabemos o que nos espera. A vida seria muito monótona se não fosse assim. Com relação a isso, podemos ler uma página do livro do sagitariano: nenhuma meta é difícil demais, nenhuma viagem longa demais, nenhum pensamento é impensável e nenhum sonho é inatingível.
Quando sentamos à mesa desta festa muito americana, tanto no país como em outras partes do mundo, tome um tempo para olhar as pessoas sentadas com você e para dar-se conta de como elas ajudaram a expandir a sua vida. Ao mesmo tempo, comparta um pouco da sua vida com elas. O feriado de Ação de Graças é uma celebração da comunhão e da graça que a vida nos proporciona quando estamos abertos aos presentes que os outros nos oferecem, e que também oferecemos a eles. Embora os sagitarianos possam estar enfocados em seu próprio caminho, junto deles sempre existe um espaço para que um companheiro comparta uma parte de sua jornada e para encontrar solidariedade na ação conjunta. Na verdade, todos nós somos realmente grandes companheiros de viagens! À medida que cada um de nós realiza os sonhos que foram sonhados individualmente, vamos nos dar conta de que estamos todos em um trilho infinito e maravilhoso, algo muito além do que possamos imaginar. Tudo começa com uma visão e termina com a realidade que criamos. Estes tempos estão cheios de potencialidades, promessas e aventura para os que têm mentes e corações abertos. Que as suas visões sejam expandidas e a sua viagem, cheia de maravilhas.
Feliz dia de Ação de Graças para todos! Muitas bênçãos! 22 de novembro de 2004. Malvin
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